Cotidiano

Diretor de escola é acusado de ‘perseguição’ a professores

Eles afirmam que listaram uma série de problemas existentes na unidade e que a insistência deles fez com que o gestor adotasse postura autoritária

Professores da rede municipal de ensino entraram em contato com a Folha para denunciar que estão sendo vítimas de assédio moral por parte do diretor da Escola Professora Ana Sandra Nascimento Queiroz, localizada no bairro Cidade Satélite.

De acordo com uma educadora que pediu para não ser identificada, os atritos surgiram no ano passado, quando o grupo resolveu repassar uma série questões que deveriam ser resolvidas com brevidade pelo diretor.

“Nós fizemos vários apontamentos sobre a nossa estrutura, organização, problemas enfrentados pela escola, e isso foi gerando um desconforto. Temos problemas com a Internet para nos ajudar com os planejamentos de aula, não tem água gelada, e também tem outras situações que precisavam ser melhoradas. A direção não soube lidar com isso e simplesmente achou melhor nos calar”, afirmou.

Em decorrência desses questionamentos, o gestor da unidade fez um memorando solicitando a devolução dos professores, documento este que teria sido aceito pela titular da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec), Keila Barros.

“Tivemos uma reunião com a secretária na escola e falamos sobre os problemas, o que realmente estava acontecendo. Keila disse que foi ela quem colocou o diretor e que ele tinha toda a autoridade para fazer o que quisesse. No fim de 2018, ele começou a perseguir todo mundo. Todos aqueles que fizeram a denúncia contra ele foram retirados”, comentou outra professora.

Para os professores, a decisão foi injusta, uma vez que não foram apresentadas provas que justificassem qualquer tipo de conduta irregular para a devolução deles. Eles adiantaram ainda que vão levar o caso ao conhecimento do Ministério Público de Roraima (MPRR).

“Somos professores que costumamos nos posicionar, questionar, discordar quando necessário. Isso gerou uma insatisfação na gestão a ponto de terem dado esse memorando, pedindo a nossa devolução para a secretaria, ao final do ano. Isso nos deixa revoltados”, completou. 

OUTRO LADO – A reportagem entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV), mas, como frequentemente ocorre em relação às solicitações da Folha para que a gestão municipal esclareça a população acerca de denúncias e outras questões envolvendo o município, não houve resposta. Em respeito aos leitores, o espaço segue aberto para eventuais manifestações da PMBV.